Caetano Veloso volta amanhã a Portugal para dois concertos ao lado de Maria Gadú.
CM – Teve um papel importante na história do Brasil durante a ditadura. O que mudou entretanto?
Caetano Veloso – Muita coisa. Mostrou-se que governos de Esquerda podem ter boas consequências. Lula da Silva deu grandes passos no sentido de diminuir a disparidade social. Isso não é pouco.
– Anna de Hollanda sucedeu a Gilberto Gil no Ministério da Cultura. Qual é o estado do sector no Brasil neste momento?
– O Ministério da Cultura é modesto, com poucos recursos. Gil e Anna são pessoas de primeiríssima qualidade. A vitalidade da Cultura brasileira não depende do Ministério. Este é que tem de se relacionar bem com ela.
– O que acha da nova geração de artista brasileiros?
– Cheia de figuras interessantes.
– E Maria Gadú é especial?
– Maria Gadú revelou-se especial como afirmação de uma personalidade forte por parte de uma pessoa que tem real talento. Assisti a um espectáculo dela numa casa noturna chamada Cinématèque, antes de ela se tornar um fenómeno, e fiquei impressionado com sua musicalidade e força cénica.
– O que vai trazer de novo nestes espectáculos em Lisboa [amanhã, no Pavilhão Atlântico] e no Porto [sábado, no Pavilhão Rosa Mota]?
– Não é um concerto de novidades de repertório, mas de novidades de clima, por causa da relação entre mim e essa menina de 24 anos.
– Que opinião tem sobre a música portuguesa? Com que artista faria um dueto?
– Amo a música portuguesa desde menino. Ficaria honrado de cantar com um punhado de artistas lusos. Não cito nomes para não cometer injustiças.
- Cantores brasileiros chegam a número 1 no top português, mas o contrário ainda não se verificou.
– Isso aconteceu também entre ingleses e americanos... até surgirem os Beatles. Nunca se sabe.
– Depois de 46 anos de carreira, o que ainda lhe falta fazer?
– Alguma coisa que aprove a cem por cento.
Fonte: Correio da Manhã - Portugal
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